Liberdade – O Jornal conversa com o “novo” padre que toma posse no próximo domingo, dia 19 de fevereiro em São Miguel das Missões
Padre Hildo Rach, natural de Santa Catarina, Jesuíta, “pescando em águas rasas” quando questionamos o Padre Hildo sobre o atual momento em que vive a Igreja.
Disse que em certa ocasião, questionado por um colega seu de outra denominação religiosa sobre o mesmo assunto, assim respondeu: “pescando em águas rasas”, ou seja, tentando pegar algum peixe miúdo, já que o cardume não se mostra em abundância.
Também citou outra situação onde certa feita desejou a uma criança que considerasse no futuro vir a ser um padre. E, que por tal, foi logo repreendido pela mãe que sugeriu que “nunca mais dissesse isso para o seu filho.
Curioso e pensando ter feito um elogio a criança, perguntou o porque daquela reação à mãe pois entendia não ter feito nada de errado, quando ouviu que ela queria netos e, como era filho único, desejasse que ele viesse a se casar.
Assim, o novo pároco para São Miguel das Missões, lembrou que vivemos um tempo de pouca importância para com o nosso semelhante e de muita egoísmo pois cada vez mais pensamos menos no próximo.
Precisamos recuperar a consciência de comunidade, de não pensarmos só em nós.
Precisamos de pessoas, de sacerdotes e cristãos como um todo que se voltem com mais forças para esta relação tão importante que é a vida e o exercício da vida em para a comunidade.
Padre Hildo ouviu de nosso desejo de ver a igreja ir em direção ao melhor dela, à própria igreja que está na rua, nas casas e não ficar estática e a espera que o povo ou, ela, igreja venha até os templos.
Também disse ter se surpreendido positivamente por ter sido tão bem recebido nas comunidades que já vem visitando no interior, povo acolhedor, inteligente e que o surpreendeu positivamente.
Também deixou escapar seu perfil ecumênico quando se mostrou aberto a outras denominações religiosas ou manifestações do tipo, parecendo entender que o acolhimento é o caminho para se caminhar melhor e juntos.
Colega de Universidade, Pe Ildo também como nós e o irmão Selso, estudamos na famosa Universidade no Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – e, de lá trazem muitos conhecimentos que se somaram a sua já longa experiência na Igreja de Cristo.
Também fizemos vários pedidos ao Pe. Ildo, para que ele abra a igreja para dialogar diretamente com as pessoas; que olhe para àqueles que ingenuamente se “apropriaram do divino”, uma vez que por frequentarem a igreja, muitas vezes, já não conseguem mais se policiar, exercício tão importante para todos nós, cristãos ou não.
Também pedimos que ele, no comando da Igreja disserte na medida do possível no mal que faz o materialismo, a ganância e a outra patía que é o excessivo amor pela acumulação de bens materiais onde, os “doentes” separam para si e em si quase tudo o que tem, isolam do povo e o pouco que deixam à luz, igualando-se como aos demais, partilham a partir daí as migalhas – pedido nosso.
O Pe. Hildo, “pescador em águas rasas” também ouviu referência nossa a recente escrito onde citamos o citado argumento em que “o indivíduo ao praticar o bem, não deve esperar do outro nada em troca, nem gratidão pois, se assim não acontecer, quem sairá em prejuízo será àquele que não aproveitou para evoluir”.
Perguntamos o que ele pensa a respeito, se o mais certo é fazer o bem sem esperar nada em troca, nem mesmo a gratidão, nada ou, temos sim que ter uma atitude ativa, através da ação onde onde eventualmente existir o mal devemos nos posicionar, limitar, buscar conter, nos opor pois, em assim não fazendo ou, nada fazendo, estaremos negando o sacrifício do próprio Cristo na Cruz?
Padre Hildo disse que “quando fazemos o bem, claro, não devemos carregar a esperança da paga, nada. Mas claro, a expectativa é que produza mais frutos, mais bem e, que sim, diante do mal, temos que ter uma atitude ativa, nunca passiva, mas agirmos adequadamente como cristãos que somos”.
Agora, no próximo domingo, com a presença do Bispo Don Liro, em São Miguel das Missões, acontecerá a apresentação do “novo” Padre, Hildo Rach à comunidade citadina e quem se fizer presente, prestigiando o evento.