Tica Tica, a dona lá do kachorrão, nome dado ao seu negócio, viu no seu facebook a foto de quem seria seu próximo amor.
Tica Tica, que já sabe um tanto de como lidar na internet, enviou um convite para o Gustavinho, o felizardo, para tê-lo como amigo.
Gustavinho, safado, metido feito ganso em taipa de açude em dia de chuvarada, depois de responder ser solteiro, pede para Tica Tica a quem nunca ouvira falar, que lhe mande umas fotos parra ver o … “produto”.
Tica Tica, sábia como todo o macho que foi preso, envia uma foto, provocativa, mostrando a unha do pé e, um chortinho para o Gustavinho que, amou. Afinal, ele sempre pensara que um homem para conseguir uma mulher bonita, bastava ter coragem e, agora apareceu alguém que lhe dera esta oportunidade. E, prometeu, não lhe faltaria.
Tica Tica, a safada, pede então para o seu já “novo amor” que envie a ele umas suas, sem os panos de cima. Afinal, moça tímida, não queria ir “logo” aos que dizia interessar.
Babando, depois de uma noite sem dormir, envolvido nos projetos do matrimônio que já se avizinhava, ousado, Gustavinho envia, de volta, foto sua com a camisa na frente, toda aberta. Tinha pêlos e, apesar da pelaiada, que ouviu as mulheres dizer que gostavam de homens peludos e carecas, ele, por azar, tinha bastante cabelo. Até demais.
Cansou de imaginar que se alguém que o visse sem camisa, de costas, poderia feri-lo pensando ter fugido como gorila de algum circo, daqueles de antigamente.
Tica Tica, envia de volta, outra, das suas, … Deus, sem a blusa e sem o “coiso” que segura os mais lindos que uma prenda, como àquela, poderia ter.
Gustavinho, já babando, promete mandar as que ela pedir – se não for morrer -, em ver um “guasca de fora”.
Ara, responde ela, tímida. Melhor a gente se conversar no whatesapp. Me passa o teu número, AMOR!
Futrica e futrica e Gustavinho que já era quase especialista nesta tal internet, acha e dedura, digo, dedilha número após número para a futura .. esposa. -Não esquece os cinco cinco antes, paixão.
Tica Tica pede ao amado que a aguarde e que ela o chamará no whatsapp, aquele da cor verdinha onde terá uma surpresa para ele.
-Por toda a vida, responde, Gustavinho. Esperarei por toda a vida.
Logo, Gustavinho se arrepdendera. Não devia ter dito por toda a vida. Deveria ter dito por até uma hora ou, alguns minutos, segundos seria ainda melhor.
Mas o negócio, agora, seria esperar.
5, 10, 12 minutos depois e no “coiso” verde, onde estaria o zap zap, lá, o pedido de Tica Tica.
Vôou.
Sim, amore, sou eu… o seu Gustavinho.
Foi escrever e ver uma não, várias fotos da Tica Tica aí, como viera ao mundo e, parecia ter agora menos idade ainda. De ter nascido há pouco.
Cérebro desgraçado, só era superado em tamanho pelo volume da vista.
-Agora, manda umas tuas amor. Do mesmo jeito que eu te mandei conforme você me pediu.
Pedi, pensou Gustavinho?
Mas a àquelas alturas, o negócio foi arrebentar os botões e… cruzes e, arrancar lá do fundo da bota a cobra e atirá-la aí, na grama mesmo escrevendo: -Pra você, minha Tica Tica, do seu Gustavinho!
Orneou de feliz por ter (e como), o que mostrar.
Certamente, do outro lado, viriam expressões tipo…Óhhh, mas que masculo ou, Que belo garanhão ou outras coisas do tipo.
Mas nada. Nadico. Nem passado uns longos 15 segundos, nada.
Deus, sim, certamente teria matado a Tica Tica com o susto, só pode ou, só podia pensava ele já sem saber o que pensar.
-Amor? .. amorzinho, minha Tica Tica…? escreveu ele.
Nada.
Noite péssima aquela. Passou sem dormir e, cada vez que olhava para as fotos da Tica Tica sentia um aperto no coração.
No dia seguinte, lá pelas 9 do dia seguinte, bate o telefone:
Gustavinho atende:
O senhor é o Sr. Gustavinho?
-Sim??
-O senhor mandou fotos suas para a minha filha, de menor, pelado, animal?
Eu sou do Departamento da Polícia do Governo do Maduro e estou avisando que o senhor será preso em breve.
-Má!… foi o que Gustavinho conseguiu balbuciar.
-Mas podemos chegar a um acordo, mas tem que ser breve. Eu estou com um problema e preciso arranjar um dinheiro, pouca coisa, uns R$ 20 mil, pra agora..
-Mas eu só tenho a roupa que tinha no corpo, diz gaguejando, Gustavinho.
-Problema seu. O senhor tem até as 1o para me arranjar o dinheiro e lhe mandarei a conta aqui do presídio, digo, do meu consultório, para o senhor fazer o depósito.
Cotam que Gustavinho teria pegado umas caronas e parado lá no outro lado do mundo, pras bandas de Santa Rosa, Três de Maio temendo ser preso.
E que depois de vagar durante dias, nas matas, resolveu voltar e se entregar a policia.
Chegou, magro, seco para dizer melhor e confessou tudo a delegada. -Sei que errei, e vim aqui pra me entregar. Abusei de uma menor.
Agora tiraria alguns anos de cana, por puro merecimento. Pior,nem sabia como apagar as fotos suas do celular ora observado por toda a guarnição da polícia. Da Tica Tica, não havia nada.
-Fica tranquilo, Sr. Gustavinho, o senhor mesmo se prendeu vivendo pelas matas durante estes 21 dias que estava desaparecido depois do crime. Não vou lhe prender, mas guarde de novo e bem dentro da bota o que lhe sobra e só mostre novamente a condenados se for de fato casar com eles.